Primeiros relatos de um diário de bordo. A viagem? Produzir um filme, coisa que nunca fiz antes.
O processo de produção deste documentário está me levando a adentrar um mundo muito interessante: estou me conectando com artistas de outra época, pessoas que conheceram um tempo onde a arte era levada a sério. Não era atividade para os desajustados, mas opção de vida. Mais: uma manifestação vital.
A primeira pessoa com quem entrei em contato foi Amador Perez. Comecei muito bem, porque o cara é dono de uma acuidade perceptiva que eu nunca tinha visto assim de cara, a olho nu – é absolutamente evidente, exala pelos poros dele.
A maneira como ele falou de Moema me emocionou! A sensação que eu tinha era de estar falando com um mago. Um leitor de almas. E só um grande artista pode mergulhar assim em uma alma, decifrando-a.
Eu ganhei alma nova naquela meia horinha ou menos de conversa. Simplesmente porque Amador é a exemplificação do que eu vejo como sendo arte: ele é! Simples, pura e essencialmente.
Pra mim, a arte é algo que exala sem alardear. Eu vi tanta arte na conversa dele quanto nas paredes da galeria. Vi que o que está exposto é reflexo do que está dentro dele. E é tão raro encontrar um artista integrado com a sua arte!
Normalmente o que se vê é esquizofrenia. Ali eu vi integração. Discurso articulado. Espírito questionador. Investigador. Amador Perez se inseriu no restrito mundo das pessoas que admiro por serem artistas de verdade.
Acredito que esta é a grande verdadeira arte que alimenta a vida, que a faz digna, justa e lhe confere validade. A arte do encontro, a arte de olhar com olhos de beleza para a vida.
[escrito em 1° de agosto de 2009]
A Arte do Encontro.
ResponderExcluirQuanto mais belo for este encontro, mais difícil desvenda-lo, pois as ondas de emoção que surgem dele, sufocam as almas desprevenidas e medrosas.
Meu encontro com Amador foi eterno. Mora In.Mim fomentando o colorido das ações do presente com as lembranças vividas por entre processos de VIDA!